Moradores da Vila Sá e Parque Andreense, em Guia da cidade Santo André, reclamam do abandono dos Cesas (Centros Educacionais Santo André). Os espaços, que integram escola e centro comunitário, deveriam servir como opção de lazer e convivência fora do horário das aulas, mas se transformou em sinônimo de descaso.
No Parque Andreense, a construção do centro foi interrompida e o que se vê é o esqueleto de concreto, rodeado pelo mato. Na Vila Sá, apesar de promessas da Prefeitura, já publicadas pelo Diário, as duas piscinas permanecem desativadas, com lodo acumulado nos azulejos. O alambrado está enferrujado e o parquinho da Rua Nova Iorque está tomado pela vegetação.
Um grupo de meninos foi flagrado nadando em uma das lagoas formadas atrás do Cesa. “Antes, invadiam as piscinas aos finais de semana e à noite. Sem elas, as crianças tomam banho nessa água suja”, disse o marceneiro André Silva, 25 anos, que chegou a estudar na Emeief Maria Cecília Dezan Rocha, que integra o complexo, e fazer aulas de natação. Na lagoa, havia isopor, garrafas e embalagens plásticas boiando.
Segundo relato de mães e avós de crianças da escola, há consumo de drogas e casais de adolescentes mantêm relações sexuais nos banheiros abertos ao público. “Há uns dois anos a situação é de abandono. A molecada e casais vêm à noite e fazem o que querem. Gente da Prefeitura já mediu o espaço, mas até agora nada”, declarou a comerciante Roseli Aparecida César, 55 anos.
Em agosto, a Prefeitura havia afirmado que a manutenção na Vila Sá seria realizada por empresa vencedora de licitação. Somente ontem, foi publicado no Diário Oficial que a empresa Trajeto Construções ganhou o certame e fará a reforma e ampliação do Cesa pelo valor de R$ 1,88 milhão. A previsão é de que as obras sejam concluídas até o fim do ano.
Já os moradores do Parque Andreense terão de esperar mais tempo. A Prefeitura informou que os trabalhos serão concluídos somente em 2012.
A administração não informou quando a obra, iniciada em 2007 e prevista para ser entregue em 2008, foi interrompida. No entanto, garantiu que a empresa escolhida para retomar a construção do Cesa será conhecida amanhã, quando a licitação será finalizada.
Ontem, ao visitar o local, a equipe do Diário encontrou ferro retorcido e enferrujado por toda parte, além de goteiras e madeira apodrecendo, assim como embalagens vazias de camisinhas e entulho.
Fonte: Diário do Grande ABC