Em Santo André, vereadores divergem sobre composição da CPI da Craisa

Por falta de consenso entre os vereadores, foi adiada para hoje (11/4) a decisão em torno da composição da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que irá investigar os últimos 21 anos de gestão da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). O G-12, grupo que desponta como oposição no Legislativo e que conseguiu instaurar a investigação na semana passada, pede acordo entre partidos para formar o quadro. A bancada de situação, entretanto, quer sorteio entre todos os 21 vereadores para preencher as cinco cadeiras disponíveis na CPI.

Para justificar a posição do núcleo governista, o vereador José Montoro Filho, o Montorinho (PT), embasou-se em artigo do regimento interno e em fala do presidente da Câmara, Donizeti Pereira (PV), que, na última sessão do Legislativo, havia afirmado que caso não houvesse consenso entre os parlamentares, a formação dessa comissão deveria se dar por meio de sorteio. Dada a composição na Câmara de Santo André, o petista acredita que a bancada de situação fica em desvantagem caso a CPI seja composta por acordo entre partidos.

Na avaliação de Donizeti, ao apelar para o sorteio, a bancada de situação tenta descaracterizar a CPI. “Estou na Casa há 12 anos e os vereadores sempre entenderam que a construção na cidade de Santo André de uma comissão por consenso é a melhor forma. Assim teríamos como contemplar aqueles que participaram efetivamente da questão da Craisa. Teremos mais legitimidade com vereadores que entendem do processo”, disse.





Ainda segundo o verde, por meio de um acordo, o PT, partido com maior número de parlamentares na Câmara, teria direito de indicar um membro para compor a CPI – no caso, Montorinho. O PTB, segunda maior bancada na Casa, indicaria o ex-líder de governo do ex-prefeito Aidan Ravin, Ailton Lima. “Depois, pensaríamos nos partidos que têm dois vereadores. O PDT até abriria mão de ter um membro para que o PMDB (sigla que apoia o governo) indicasse alguém”, explicou Donizeti. Pelo lado do G-12, Elian Santana (PTdoB), que quer participar como relatora, e Toninho de Jesus (DEM), autor da CPI, também integrariam a comissão.

Dossiê de Montorinho

Na sessão da última terça-feira (9/4), o vereador Montorinho (PT) protocolou na Câmara um requerimento solicitando que um dossiê de sua autoria seja anexado no pedido de abertura da CPI para a Craisa.

O petista juntou relatórios de brigas judiciais entre a Craisa e permissionários que perderam a concessão de uso de boxes e módulos do Ceasa (Central de Abastecimento do Grande ABC); dois editais para abertura de processo licitatório para compra de espaços revogados pelo Ministério Público, além de um relatório que mostra o déficit de mais de R$ 17 milhões da autarquia.

Fonte: Repórter Diário





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