Projeto de Parque tecnológico de Santo André está emperrado

O projeto de construção de um Parque Tecnológico em Santo André continua emperrado. A Prefeitura não conseguiu aprovação da maioria dos vereadores na Câmara Municipal de Santo André para a instalação do complexo em área da cidade. Com as eleições municipais neste ano, a implementação do projeto fica ainda mais comprometida. Além disso, outras exigências legais não foram cumpridas pela atual Administração.

O município está pré-credenciado para integrar o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos do Estado desde 2010, mas a sua construção não avança. A expectativa era de que neste mês de julho todos os requisitos estariam prontos e o projeto seria avaliado e aprovado.

Em abril deste ano, a Prefeitura de Santo André realizou um seminário com empresários e universidades para explicar a importância do projeto. Na ocasião, representantes do governo do Estado e da Prefeitura afirmaram que até este mês todos os itens faltantes estariam resolvidos. Porém, a Administração não informou sobre o andamento do projeto e se esses quesitos foram cumpridos nesse prazo.

Voto contra – Sobre os quesitos legais, os vereadores alegam que apenas um projeto de lei foi encaminhado à Câmara e não foi aprovado.  Uma das principais exigências do Estado é o município comprovar a área de no mínimo 200 mil m², destinada à instalação do parque tecnológico. Dois terrenos para o Parque já estão definidos: área de 30 mil m², na avenida dos Estados, próximo ao viaduto Salvador Avamileno, e outra no Parque Andreense, com184 mil m².  Em junho, os vereadores não aprovaram o projeto de lei municipal que instituiu a Zona Especial de Empreendimentos de Base Tecnológica. “Compreendemos a importância do parque, mas, é uma área destinada à habitação. Ou muda o local do parque ou arrumam outra área para habitação”, disse o vereador Tiago Nogueira (PT).

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de Santo André informou por meio de nota que verifica junto ao governo alternativas para viabilizar o projeto após a rejeição na Câmara. Para a Secretaria, a decisão dos vereadores que votaram contra vai na contramão dos anseios da comunidade empresarial e acadêmica.





“É de se estranhar a posição dos vereadores que votaram contra o desenvolvimento e o avanço tecnológico da cidade. O Parque Tecnológico de Santo André é de fundamental importância para o crescimento sustentado da cidade nos próximos anos. Trata-se de modelo inovador baseado em tecnologia que contribuirá para criação de empregos de alto valor agregado no contexto da economia do conhecimento,” destaca o secretário  de Desenvolvimento, Camilo de Lelis Arnaldi.

Para o Estado, a aprovação do projeto é um dos itens fundamentais para o credenciamento definitivo, mas a não existência da Lei não inviabiliza o Parque, porém, deve haver outro meio para comprovar o uso do solo para o empreendimento.

Programa incentiva pesquisa e inovação 
Os parques tecnológicos são empreendimentos para o desenvolvimento da tecnologia e inovação. São espaços para empresas transformarem pesquisa em produto, aproximando instituições de ensino ao setor produtivo. “O Parque tecnológico de Santo André é sem sombra de dúvida um grande projeto da Prefeitura. E com certeza irá trazer desenvolvimento para a Região por meio de processos e produtos inovadores que resultarão das pesquisas no local”, disse o coordenador de Relações Institucionais da Agência de Desenvolvimento do Grande ABC, Luiz Almeida.

A questão é que o programa não avança em São Paulo. Estão inscritos 30 projetos de todo o Estado no Sistema Paulista de Parques Tecnológicos, porém, apenas 18 estão pré-credenciados, como é o caso de Santo André. E somente um está credenciado, o de São José dos Campos. Esse programa do governo estadual deveria dar apoio e suporte aos parques tecnológicos, com o objetivo de atrair investimentos e gerar novas empresas intensivas em conhecimento ou de base tecnológica.

Projeto regional – Inicialmente, o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos do Estado não contemplava nenhuma das setes cidades da Região.  Por pressão das administrações locais, um projeto começou a ser alinhavado pelo Consórcio Intermunicipal (órgão que reúne os sete prefeitos) para que o complexo tivesse um caráter regional. Antes, porém da finalização do documento, a Prefeitura de Santo André se antecipou e credenciou a cidade para ter o próprio parque.

Fonte: ABCD Maior





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