Desinformação ou informações desencontradas. Foi assim, de maneira confusa, que Prefeitura da cidade de Santo André, Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) e governo norte-americano, por meio da USTDA (sigla em inglês que traduzida significa Agência de Comércio e Desenvolvimento dos Estados Unidos) assinaram nesta segunda-feira (27) acordo de cooperação para estudar a viabilidade de construir usina de captação e processamento do gás metano, emitido pelo aterro municipal, e transformá-lo em energia elétrica.
O desencontro de informações ficou evidente quando as autoridades foram questionadas sobre os motivos que fizeram Santo André ser a única cidade do País selecionada pelo grupo americano para participar da iniciativa. “Achamos interessante o projeto do Semasa, uma vez que meio ambiente é nossa prioridade”, falou a gerente da USTDA no Brasil, Peru e Cone Sul, Gabrielle Mandel, sem esclarecer os critérios de escolha. “Nós não os procuramos, foram eles que nos escolheram. Como eles fizeram isso, aí são eles que têm de responder”, argumentou superintendente do Semasa, Ângelo Pavin.
Outro mistério é o prazo de conclusão do levantamento. Para Gabrielle, o laudo que dará a viabilidade técnica, econômica e financeira do projeto em Santo André vai demorar de seis a oito meses. “Já em 2012, o município vai saber o valor da iniciativa e se valerá a pena ou não investir”, disse. Porém, para Pavin o prazo será maior. “Acredito que poderá levar até um ano e meio”, destacou. Já o cônsul-geral dos EUA em São Paulo, Thomas Kelly, admitiu não saber. “Não sei exatamente qual é o prazo, mas é uma questão de meses”, chutou.
A entidade internacional investirá US$ 469 mil (R$ 749 mil) para realizar o estudo. Pavin esclareceu que a iniciativa não interfere nem inviabiliza o desenvolvimento da usina de lixo do município, que está em processo de edital. “São duas usinas diferentes. A que está em edital é sobre destinação final do lixo. Já o projeto dos Estados Unidos é para captação de gás metano já existente no aterro”, explicou.