Mercado fitness na região está aquecido em Santo André

O mercado fitness no Grande ABC está bastante aquecido. Prova disso é que a região comporta 392 academias formalizadas, o que gera relação de um estabelecimento a cada 6.500 moradores. Para se ter ideia, em todo o País existe em média uma empresa do segmento para 8.000 pessoas. O Brasil é a segunda nação do mundo em número de academias, acolhendo 23.743 estabelecimentos formalizados. Essa quantidade fica atrás apenas do Estados Unidos, que tem cerca de 30 mil empresas do segmento.

Segundo a Associação Brasileira de Academias, 3,5% da população brasileira são responsáveis pela sobrevivência dessas empresas, ou seja, existem 6,7 milhões de pessoas em busca do bem estar, saúde, estética e, muitas vezes, da vida atlética.

Os dados regionais foram levantados, a pedido da equipe do Diário, pela Central Mailing List. A pesquisa mostrou que a cidade de São Bernardo tem o maior número de academias com CNPJ regularizado, 136. Em seguida, aparecem Santo André (109), São Caetano (61), Diadema (43), Mauá (34), Ribeirão Pires (7) e Rio Grande da Serra (2).

Na avaliação do diretor da Central Mailing List, Marcos Alex Rodrigues, a relação de estabelecimentos por pessoa nas sete cidades, na comparação com todo o País, mostra que o mercado de academias no Grande ABC está mais aquecido do que o nacional. “E tem muito para crescer”, pontua. Ele explicou que, em geral, mesmo os brasileiros tendo o segundo maior número de academias no mundo, a cultura da população não é de se cuidar. “Ainda enfrentamos um grande problema. Se tivermos a opção de escolher entre ir a uma churrascaria ou a uma academia, provavelmente vamos para a churrascaria”, brinca Rodrigues.

Mas esse cenário está mudando, avalia o diretor da Central Mailing List. O proprietário da H Free Sport, empresa que dá aulas de natação e hidroginástica em um clube de Santo André, Hilton Moreira Gonçalves, concorda. “Neste ano, as pessoas estão procurando mais as atividades físicas em relação aos anos anteriores. E a maioria está em busca de cuidar da saúde.”

Gonçalves e Rodrigues avaliam que o crescimento da renda das famílias também contribuiu para a expansão no setor de academias. “E em ano de Olimpíadas, sempre aumenta o número de alunos”, afirma Gonçalves.

Para o coordenador do curso de Educação Física da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Paulo Eduardo Torres Tondato, os jogos olímpicos apresentam dois papéis. “Para os jovens exercem uma atração, principalmente para atividades esportivas. Mas, por outro lado, o brasileiro não aceita o segundo lugar, e isso acaba influenciando negativamente.”





Tondato ressalta, no entanto, a expansão imobiliária da região e a migração de pessoas de outras cidades, como um estímulo. “Elas vêm para cá e querem frequentar academias próximas de casa.”

Maioria dos frequentadores está preocupada com a saúde

O mercado de academias tende a crescer como resultado da busca pelo cuidado com a saúde. E há espaço para todos, diz o diretor da Central Mailing List, Marcos Alex Rodrigues. “As pessoas estão atrás das atividades físicas por necessidade, para emagrecer, combater a obesidade e doenças trazidas pelo sedentarismo.”

O coordenador da Academia Âncora, em Ribeirão Pires, Thiago Dona da Silva, conta que a maioria dos cerca de 500 alunos frequentam o local pensando na saúde. “É muito mais do que a preocupação com a estética”. Ele destaca ainda que existem quatro academias que concorrem diretamente com a sua na cidade. “Mas há espaço para todas”, disse, garantindo que a disputa é saudável, sinal de que a demanda no município é real.

TERCEIRA IDADE – As pessoas com idade mais avançada têm apresentado boa parte da demanda de atividades físicas. Proprietário da H Free Sports, Hilton Moreira Gonçalves, aponta que, atualmente, dos 578 alunos que mantém, grande parte está na terceira idade.

Dono da Body&Fitness, em Rio Grande da Serra, Jairo Alves Reis, diz o mesmo. “Tenho muitos alunos com mais idade. E, por aqui, a busca por academia é muito mais pela saúde, e a consequência é a estética.”

Categoria de educador físico conquista reajuste de 7,8%

A categoria dos educadores físicos conquistou um dos maiores dissídios entre os diversos setores do mercado de trabalho, de 7,8%, o que resulta em aumento real de 2,89%. Mas isso não impacta muito no salário, avalia o coordenador do curso de Educação Física da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Paulo Eduardo Torres Tondato.

Na região, mesmo com o reajuste, as academias normalmente trabalham contratando profissionais por hora/aula, cujo novo piso é de R$ 7,15, segundo o Sinpefesp (Sindicato dos Profissionais de Educação Física de São Paulo e Região). Tondato brinca que o valor não paga um lanche. “As academias chamam o professor para dar poucas aulas no dia, e dificilmente contratam um professor.”

O coordenador lembra que, mesmo com salários que considera “baixos”, o setor está em expansão e a bola da vez é a assessoria esportiva, tanto para quem quer competir, quanto para quem busca apenas uma atividade física.

Fonte: Diário do Grande ABC





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