Santo André lidera geração de emprego

Mesmo com o forte setor industrial, o Grande ABC teve grande impacto da crise financeira mundial iniciada em 2008. A porrada foi direta na geração de emprego e renda das cidades, aponta a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro.

“No quesito de emprego e renda, a região possui alto nível de desenvolvimento. Mas a crise afetou, diretamente, essas características”, afirmou o gerente de estudos econômicos do Sistema Firjan, Guilherme Mercês.

Conforme o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, apenas Santo André e Mauá mantiveram a avaliação de alto desenvolvimento em 2009. São Bernardo, São Caetano, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra ficaram classificados entre desenvolvimento moderado e regular. Mauá e Rio Grande da Serra foram os únicos com melhora nos indicadores em relação a 2008.

O IFDM apresenta defasagem de dois anos. Para o desenvolvimento do índice de emprego e renda, a Firjan considera três variáveis: a geração de emprego formal, o estoque de emprego com carteira assinada e os salários médios com CLT. As informações são da base de dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo a Firjan, o indicador deve ser interpretado com reflexo da qualidade do grupo emprego e renda, tendo em vista que esses dois aspectos afetam diretamente a economia como um todo.

RANKING

A cidade Santo André foi a mais bem colocada da região, no ranking nacional, dentro do indicador de emprego e renda do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal referente a 2009. O município garantiu a 85ª posição. Mauá foi a segunda melhor posicionada no, 87º lugar. No entanto, ficaram bem atrás da Capital, que garantiu a 11ª posição, e cidades do interior paulista como Ribeirão Preto (1º), Itú (3º) e Araraquara (5º).

Mercês disse que o indicador deixou claro que o maior índice de desenvolvimento em São Paulo, no âmbito de geração de emprego e renda, está no interior do Estado.

No entanto, o coordenador do Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano, Leandro Prearo, destacou que é preciso avaliar a entrada de empresas nessas cidades. “Em Mauá e Santo André, por exemplo, é bem possível que foram instaladas empresas no período, que geraram muitos empregos formais.”





Prearo ressaltou que o avanço da renda, em 2009, caminhou junto à inflação, portanto, pode ser interpretado como estável, já que o poder de compra continuou o mesmo. “Mas é possível que a geração de emprego tenha sido afetada também pelo medo, pelo receio do empresário”, disse.

São Caetano ficou em 294º lugar, São Bernardo em 299º, Diadema em 334º, Ribeirão Pires em 351º, Rio Grande da Serra em 644º.

CRISE

A crise teve início em setembro de 2008, quando o então quinto maior banco de investimento dos Estados Unidos, o Lehman Brothers, quebrou e afetou outras empresas do sistema financeiro internacional.

As faíscas do mundo do dinheiro e do crédito acabaram queimando outros setores da economia, o que resultou em retração na maioria dos maiores mercados mundiais, como no Brasil, cujo Produto Interno Bruto recuou 0,2% naquele ano.

Maior problema no Grande ABC foi com abertura de vagas

O gerente de estudos econômicos do Sistema Firjan, Guilherme Mercês, explicou que o ponto mais representativo no decréscimo do índice na maioria das cidades da região foi no âmbito do emprego. E que a renda, em que São Caetano, por exemplo, é o terceiro lugar do País, não foi o suficiente para segurar o índice dos municípios. “Esses resultados refletem que durante e após a crise houve forte desaceleração na geração de empregos no Grande ABC.”

O coordenador do curso de Economia da Fundação Santo André, Ricardo Balistiero, disse que a região, principalmente por ser forte na indústria, teve impacto real na economia. “Na trajetória dos últimos oito anos tivemos forte crescimento no emprego e na renda. O emprego foi impulsionado, em grande parte, pela forte retomada do crédito no País, e a renda pelos projetos sociais e pela redução na inflação. Mas 2009 é o único ano que sai da curva de crescimento, e eu não acredito que foi apenas queda na confiança”, explicou.

Fonte: Diário do Grande ABC





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