Projeto MPB Deles em Santo André

O Brasil é um país de cantoras, convencionou-se acreditar. Mas não é só isso. A terra de cantores como Orlando Silva, Francisco Alves, Milton Nascimento e Ney Matogrosso, entre muitos outros, é também um terreno fértil para o homem intérprete. Prova disso é o projeto ‘MPB Deles’, que o Sesc Santo André  apresenta, a partir de hoje, em todas as sextas-feiras do mês.

Thiago Pethit, Filipe Catto, Renato Godá e Lucas Santtana sobem ao palco do espaço para mostrar que um prolífico horizonte se descortina nessa seara. E que o homem é sim, também, a força da música que se faz no País.

Cada um dos artistas traz uma voz e uma proposta diferente, de forma que quatro mergulhos em universos bem distintos podem ser feitos nas apresentações.

Pethit, que abre a programação, faz delicado passeio lírico com suas composições cheias de imagens e ambientes sonoros. Ator que aproximou-se do universo musical depois de ter vivido na Argentina – e ter flertado com o tango – migrou para canções de outros mundos, como a valsa e os temas de cabaré. O cantor apresenta seu primeiro disco, ‘Berlim, Texas’ (2010), que deriva do sucesso de EP gravado em 2008.

Destaque para a fluência melódica de suas canções e a capacidade de transpor seus temas para universos cheios de lirismo, onde a imaginação flui solta.





Com voz de contratenor e agudos preciosíssimos, o gaúcho Filipe Catto mostra o show ‘Fôlego’ – homônimo ao seu primeiro disco, lançado no fim do ano passado – e faz barba, cabelo e bigode no palco. Showman muitas vezes comparado a Ney Matogrosso, Catto extravasa sua veia interpretativa ao vivo. Gestualmente – e sob as luzes e direção de Ricky Scaff -, o intérprete e compositor dá vida a seus sambas, tangos, baladas e rocks, que falam principalmente sobre a paixão.

A visceralidade e a versatilidade da sua música na boca da cena é uma experiência que vale ser sentida.

Mescla de brega e cult, Renato Godá, no dia 22, faz show atmosférico no qual a boemia dos cabarés e um som que mistura jazz, blues e folk trazem ao palco um personagem que reflete sobre o amor. A dor de corno e o olhar de cronista para as belas e simples coisas da vida, expressos em suas letras, são a melhor faceta do artista. A voz rascante, meio canastrona, casa bem com a persona que Godá assume.

Lucas Santtana, no dia 29, fecha o projeto. Mais experiente entre os selecionados, o cantor e compositor exibe o seu quinto disco, ‘O Deus que Devasta Mas Também Cura’. A miscelânea de gêneros habita o trabalho do baiano radicado no Rio há mais de duas décadas. O peso da diversidade, o flerte com a música eletrônica e os ritmos do Nordeste e do Sudeste dividem espaço com letras que brincam com palavras e falam de sentimentos.

Fonte: Diário do Grande ABC

 





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